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Escrevo com Dignidade

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Versos para o silêncio

“A vida emana por caminhos que ao homem são mistérios, não alguns, senão vários.” Um oráculo. Aqui vão algumas linhas de pensamento e pulso: Origem, fluxo e continuidade. Diferente de "vir", "passar" ou "seguir", emanar evoca algo mais subtil: como se a vida fosse uma luz líquida ou um perfume, escapando sem pressa de sua fonte — dá à vida seu caráter sagrado, quase impessoal, como quem diz: a vida se faz sem pedir licença. Os caminhos são plurais — e os mistérios também. Não “um grande mistério”, mas “vários”. A vida não é uma charada a se resolver, mas um emaranhado de enigmas que coexistem. Do Tao: "O caminho que pode ser nomeado não é o caminho eterno." O mistério não está na vida em si, mas para o homem. Ou seja, é nossa condição limitada, nossa sede por sentido, que torna misterioso o que é natural e fluido. O homem, centro de si, é cego à totalidade do caminho.

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"Escrever é oferecer abrigo. Aqui, cada palavra abriga um gesto.”

© Fernando P. Souza, 2025

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