Pense em algo que lhe aconteça, algo que, em sua percepção, seja absolutamente constrangedor. Você tem três opções: contar a verdade — pode ser uma versão mais simples ou a mais profunda, a palavra é sua; omitir o que deseja, desde que a sinceridade esteja ali — afinal, a verdade é incansável e se revela sempre, mesmo que em versões pessoais. E há ainda a mentira, mas essa é inadmissível em um relacionamento íntimo. Pois, por mais singela que pareça, na mentira a intenção é sempre enganar, trapacear, buscar uma vantagem. Qual é o sentido disso?
E quando a confiança falta entre nós, em nossos relacionamentos? Após um momento de dúvida, nos vemos presos numa teia de pensamentos: revemos palavras, interpretamos gestos, buscamos sinais, até conferimos o que não deveríamos. O que isso diz sobre o espaço que estamos criando entre nós? Quantas vezes a dúvida nos rouba a leveza de um encontro? Aquela conversa que estava fluindo bem, o gesto que parecia sincero… E, de repente, a mente entra em alerta: será que foi verdade? Posso confiar? O que isso diz sobre o mundo que estamos tentando construir juntos?
Agora, imagine o contrário: o que há de belo na integridade? A leveza, principalmente. Liberdade. Esses elementos são a estrada para a entrega. Estar ao lado de alguém verdadeiro não significa ausência de contrariedades, mas sim que a confiança é a base de um diálogo saudável. E, dependendo da maturidade de cada relação, a profundidade será a devida. Em um ambiente onde a intimidade não é escondida por urgências, onde as fraquezas são acolhidas, o outro entende e acrescenta. É como um juramento silencioso: “Pode o mundo “fumaçá” lá fora, que tô contigo e não abro.” A confusão, o caos — nada abala o coração que decidiu permanecer.
A confiança não precisa ser merecida a cada instante, pois já foi oferecida como a condição fundante do vínculo. Ela não exige vigilância constante, pois é sustentada pelo acolhimento maduro. A confiança não é condicional, mas estrutural. Ela nos diz que o erro não é surpresa, não causa terror — é esperado, compreendido e integrado. Em um relacionamento onde a confiança é a base, o erro não é a queda, mas a chance de se reerguer junto. E, se dissermos que, num ambiente assim, as realizações se tornam quase milagrosas, a satisfação é constante — mais combustível? Não é necessário, pois o fluxo é abundante.
Eu apoio a intensidade, sempre apoiarei — mas ela atinge seu auge quando estruturada na confiança. A paixão é plena quando o ambiente é convidativo, transparente. Existem sombras, mas não intimidam, são mistérios, e uma boa sombra é bem vinda, só é preciso que o espaço esteja bem delineado. A eficácia do não reside no impacto, mas no alcance do gesto — onde o que é dito cumpre o que promete, mesmo na sua forma mais nua.
A verdade eficaz não é a que grita, é a que chega.
A eficiência, neste contexto, não se mede pelo tempo de resposta, mas pelo cuidado com o tempo do outro. Ser eficiente em um relacionamento é não desperdiçar presença, é economizar sofrimento desnecessário. É saber que a dúvida, que poderia ser resolvida com escuta, não precisa virar ferida. A eficiência relacional não está em controlar tudo, mas em sustentar o fluxo sem criar ruídos. Um ambiente eficiente é aquele onde o afeto não se perde em burocracias emocionais.
A Imanência do Ser trata de três elementos e oferece ao menos três técnicas para habitar o agora com consciência: o silêncio ativo, a dignidade como centro e a paixão imanente, sem reservas. Ele nos apresenta um substrato onde podemos, primeiro, erguer-nos em nós mesmos — sim, esse gesto começa e termina em você, leitor.
O silêncio não é apenas a ausência de barulho externo. Ele carrega as tensões internas, os ciclos não fechados, as conversas não ditas, os perdões que faltam. Um cenário assim pode parecer pouco acolhedor, mas permanecer alienado às “coisas” externas é muito pior. O silêncio Nash, alinhado ao propósito, limpa o superficial e nos permite escolher onde investir nossa energia, tempo e desejo.
A dignidade, então, sustenta esse processo, é o pulso do movimento. Juntas, essas duas forças tornam a paixão imanente possível — uma entrega genuína, com medo, sim, mas também com convicção. Esse é o tempo de semear, um tempo de verdadeira entrega, onde cada gesto tem um propósito, cada palavra, um peso.
Este é um momento bom para semear.
Em nossa oferta, A Imanência do Ser, o florescer em um solo preparado com consciência e intenção.
É o livro que convida você a se lançar nesse processo de transformação íntima. O tempo para colher a verdadeira imanência é agora.

Flua na Imanência do seu ser.
