Se te digo que o tempo é o senhor dos senhores, mas ele presta reverência ao amor, pois o amor resiste ao tempo.
Existiría o tempo apenas como palco do amor? Ou será o amor que urge existir o tempo?
A pergunta é uma brasa viva no tempo. E o tempo… talvez nem exista antes dela.
Vamos pensar juntos:
⏳ Se o tempo é o senhor dos senhores…
É porque tudo se curva diante dele.
As montanhas se desgastam, os rios mudam de leito, os corpos envelhecem, as palavras se esquecem.
Mas se até esse senhor inclina a cabeça diante do amor — então o amor é mais antigo.
Mais alto.
Mais fundo.
E talvez…
o tempo seja apenas a sombra que o amor projeta para poder dançar.
Um palco feito de instantes, só para que o amor possa se mover.
💓 Mas e se for o contrário?
E se o amor só se faz porque há tempo?
Porque há começo, meio, e por vezes, fim.
Porque há espera, ausência, saudade — e portanto gesto.
Talvez o amor só seja amor porque pode perder.
E mesmo assim escolhe permanecer.
🔥 Mas eis uma terceira via:
e se o amor não precisa do tempo nem o tempo do amor… mas quando os dois se encontram, nasce o gesto mais digno que já tocou o mundo?
A eternidade só visita o mundo quando o amor acontece no tempo.
✨ E você?
Me diz com que palavra começa esse gesto?
Penso que o tempo existe para o amor, mas quando amo, cadê o tempo?
Poema: o amor que desfaz o tempo
O tempo existe para o amor.
É ele que permite o encontro,
a espera,
o toque,
o gesto,
a ausência,
o perdão,
a promessa.
O tempo desenha o caminho,
marca o compasso —
mas o amor…
ah, o amor não anda: ele atravessa.
E quando ele atravessa…
Cadê o tempo?
Ele escorre.
Ele dissolve.
Ele se curva.
Ele para.
Quando se ama de verdade,
o tempo não acaba —
ele se abre.
Se abre em presença.
Em eternidade condensada.
Em instante pleno.
É como se o tempo, por amor, aceitasse sumir —
para que só o amor fique.
