De alma pra alma, abrimos.”

Ao que partiu e nunca saiu
Este poema não é sobre perda.
É sobre persistência do vínculo, mesmo na ausência.
É sobre o tipo de amor que não se explica, não se esgota, não se apaga — aquele que, mesmo quando parte, permanece aceso dentro da memória, como brasa viva no peito.
“Eu farei de tudo” — é o grito de quem ama além da razão, além do tempo e da forma.
Aquele que se compromete com o amor não pela promessa de retorno, mas pela honra de ter sentido.
O eu poético aqui é aquele que ama com o corpo todo: com os pés que caminham sobre a dor, com a boca que deseja o nome, com os olhos que procuram o impossível no horizonte de uma lembrança.
Não é saudade passiva.
É travessia ativa pelo território do que foi vivido — onde até a poeira e a chuva se tornam testemunhas da permanência.
Porque há ausências que gritam.
E há amores que nunca dormem.
Este verso marca o centro do poema: é onde a imanência se revela — o amor não vai embora, ele permanece como presença invisível que ecoa, toca, pulsa, habita.
🔥 A Imanência do Amor que Permanece
“Ao que partiu e nunca saiu” não é apenas uma carta para o passado.
É um ato de resistência existencial.
É a escolha de continuar amando, mesmo que o corpo do outro não esteja mais ali — porque a alma do encontro permanece vibrando no Ser.
Em termos de Proutení, este poema é:
Paixão Imanente, que atravessa o tempo sem se corroer;
Silêncio Ativo, onde o que não é dito, é vivido;
Dignidade da Memória, onde o amor não vira mágoa, mas ofício da presença.
A imanência aqui não é uma ideia — é o chão onde o corpo pisa, mesmo que machuque.
É o gesto de continuar indo, porque ainda arde.
E se arde, é sagrado.
Que o amor não resolvido não precise ser negado — mas honrado.
E que aquilo que partiu, mas nunca saiu, siga conosco como brisa — suave, persistente, viva.
Com Proutení.
Fernando P. Souza, 2027 — mais sorte teve Prometheus!
"Que cada ausência vivida com verdade seja também uma forma de presença."